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quarta-feira, 27 de junho de 2012

O abismo da maternidade

O Abismo da Maternidade Responsabilidades familiares, não discriminação, podem explicar por que menos mulheres procuram cargos científicos permanentes Melinda Wenner Quase metadedos alunos de faculdades de matemática americanas são mulheres, e agora elas têm resultados tão bons quanto os dos homens em testes padronizados. Mas menos de 30% dos Ph.Ds em matemática – e menos ainda em ciências da computação, física e engenharia – são concedidos anualmente a mulheres, e há muito mais homens em cargos permanentes relacionados a ciências e matemática nas universidades. Por quê? Durante décadas os pesquisadores culparam a discriminação sexual e o preconceito, mas uma pesquisa sugere que o culpado pode ser menos obscuro: a maternidade. Não há como questionar o fato de que as cientistas tiveram de lutar contra a discriminação sexual durante décadas, mas Wendy Williams e Stephen Ceci, uma dupla de psicólogos que são marido e mulher, da Cornell University, recentemente revisaram a literatura para verificar se cientistas do sexo feminino ainda têm mais dificuldade para encontrar emprego, publicar artigos ou ganhar bônus se comparadas aos homens. Eles não encontraram evidência de preconceito. “O problema é as mulheres não se candidatarem aos empregos, e não o de serem discriminadas por isso”, explica Wendy, que inicialmente publicou a pesquisa no Proceedings of the National Academy of Sciences USA no ano passado e escreveu um artigo na edição de março/abril da revista American Scientist. De acordo com um relatório da National Academy of Sciences, citado por Wendy e Ceci, 27% dos Ph.Ds em matemática são concedidos a mulheres, mas elas compõem apenas 20% dos candidatos a cargos permanentes nessa área. Em química, a relação é maior: 32% dos Ph.Ds são concedidos a mulheres, mas apenas 18% dos candidatos a cargos permanentes são do sexo feminino. O que detém as mulheres, diz Wendy, é a percepção de que não podem lidar com as várias exigências da carreira acadêmica e terem uma família. Os anos mais ocupados da vida de uma pesquisadora são entre os 20 e 30, o que corresponde à época em que seu relógio biológico está falando mais alto. Os homens podem adiar a paternidade por mais tempo e ainda lidar mais facilmente com a carreira e a família, porque as mulheres ainda “fazem o trabalho pesado’ de cuidar das crianças”, acrescenta Ceci. Uma pesquisa recente de Adam Maltese, pesquisador de educação científica da University of Indiana, mostra que homens têm uma tendência entre 5% e 10% maior que mulheres a ter filhos na pós-graduação. Mas nem todos acreditam que essa seja a história completa. “Maternidade e família têm, sim, impacto sobre a trajetória da carreira científica de mulheres, mas considero que isso é muito simplista”, avalia Shirley Malcom, diretora deeducação e recursos humanos da Associação Americana para o Avanço da Ciência. Muitas mulheres cientistas têm família, aponta ela. Mas Shirley, Wendy e Ceci concordam que as universidades deveriam dar às mulheres a opção de trabalhar meio período, ou em horários flexíveis, quando decidirem começar família, e “parar o relógio permanente” para que as mulheres possam investir mais tempo na carreira. Muitas universidades já começaram a oferecer licença-maternidade para alunas de pós-graduação, estendendo salários e benefícios de saúde enquanto suspendem os prazos acadêmicos para aquelas que esperam filhos. As mulheres nunca deveriam ser forçadas a escolher entre carreira e família, defende Shirley, e as instituições devem “criar um clima que permita a elas não terem de tomar essas decisões terrivelmente difíceis”.

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