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sábado, 27 de abril de 2013

Kit para salvar o relacionamento após uma traição

Kit para salvar o relacionamento após uma traição A traição é definida pelo engano do parceiro na área amorosa ou sexual. Infelizmente, é altamente provável que a traição ocorra em todos os relacionamentos amorosos. Neste artigo vamos abordar apenas as traições mais graves: aquelas que envolvem sentimentos e ações que na nossa cultura são encaradas como muito ameaçadoras para a qualidade ou estabilidade de um relacionamento amoroso, como o apaixonamento ou o sexo com outro parceiro. Uma boa parte das traições nunca chega ao conhecimento daqueles que foram traídos (“traição oculta”). Outra parte chega (“traição conhecida”): ou o traído a descobre, ou ela é denunciada por terceiros ou ela é anunciada pelo próprio traidor. Na ocasião que a traição chega ao conhecimento do traído, o traidor pode estar disposto a terminar o relacionamento com a sua parceira original ou pode estar disposto a fazer de tudo para ser perdoado e salvar o relacionamento. Neste artigo vamos abordar esse último caso. No próximo artigo vamos ver como quem foi traído pode sobreviver a uma traição. Traição oculta Existem poucos estudos sobre o que acontece com o relacionamento amoroso quando um ou ambos dos seus participantes estão traindo ou já traíram ateriormente, mas o outro não sabe. A maioria desses estudos indica que geralmente há uma piora nos relacionamentos. Numa parte dos casos de traições ocultas, o relacionamento original é terminado devido ao esvazimento provocado pelo relacionamento do traidor com a amante. Em outra parte dos casos, o relacionamento termina porque o traidor resolve ficar com a amante, mas faz isso de uma forma velada: termina o relacionamento original, dá um tempo para que não desconfiem do caso e, depois, finge que iniciou um relacionamento com a amante e, em seguida, assume-a como esposa. Traição conhecida Quando a traição é descoberta, geralmente ela produz efeitos traumáticos em quem foi traído e no relacionamento com o traidor. Vamos tratar aqui daquelas medidas que podem ser tomadas pelo traidor que deseja salvar o seu relacionamento com a companheira traída pode fazer para aumentar as suas chances de sucesso. Três etapas dos relacionamentos que sobrevivem à traição Segundo Michael M. Olson e outros1, quando a traição é descoberta, a maioria dos relacionamentos passa por três fases: - Montanha russa. Quem foi traído experimenta um bombardeio de emocoes e estados alterados de consciência: incredulidade, raiva, decepção com o traidor, baixa na autoestima, supervaliza, avaliação do relacionamento, ciúmes, - Moratória. Quando o turbilhão de emoções e alterações de avaliações da situação diminui, aquele que foi traído começa ainda se sente muito triste e abalado, começa digerir o que aconteceu e a considerar o que vai fazer. - Reconstrução da confiança. Aqueles casais que resolvem permanecer juntos começam a agir de modo a reconstruir a confiança, o companheirismo e romance. O perdão geralmente vai acontecendo aos poucos. Kit para recuperação do relacionamento após uma traição Após a traição tanto o traidor podem tomar várias medidas para tentar salvar o relacionamento. Neste artigo vou abordar apenas aquelas medidas que podem ser tomadas pelo traidor. Quem traiu e quer salvar o seu relacionamento pode tomar várias medidas para tentar superar a crise, para apressar o período de recuperação e para que o ocorrido deixe menos sequelas. As principais dessas medidas são as seguintes: Reconhecer que traiu Quando a traição começa a ser descoberta é muito comum que o traidor a negue, mostre raiva por estar sendo injustamente acusado e afirme que o traído está louco e alucinando. Quando o traído possui fortes evidencias de que a traição ocorreu, a negação do fato por parte do traidor é vista como a continuação da sua mentira e da sua capacidade para mentir. O reconhecimento da traição tem efeitos benéficos em foi traído e em quem traiu. Esse reconhecimento é um passo importante para que o traído sinta a disposição do traidor para começar a ser honesto e para que este readquira uma postura sólida e íntegra que sirva de base para um novo relacionamento. - Mostrar arrependimento O arrendimento, quando é mostrado de forma honesta e convincente, indica para quem foi traído que o traidor sente-se mal com o que fez porque trair está em desacordo com os seus valores e princípios. Sentir-se mal funciona como uma espécie de autopunição que acalma quem é traído e minora a sensação de injustiça que permaneceria caso o traído percebesse que o traidor agiu incorretamente e não teve nenhuma punição por isso. Ouvir o traído pacientemente e sem se defender É muito importante que o traído possa expressar todo o seu sofrimento, mágoas, temores e que essas expressões sejam ouvidas com atenção e sem pressa pelo traidor. Durante essas expressões, o traidor deve mostrar pesar pelo que causou e não se defender. Os atenuantes da gravidade da sua ação poderão ser apresentados posteriormente quando quem foi traído sentir que já expressou todo o seu sofrimento e que isso foi bem acolhido pelo traidor. Quem traiu não deve se irritar quando o traído quiser voltar inúmeras vezes ao tema. O processo de assimilação da traição pelo traído não acontecerá com apenas uma conversa ou com uma sessão de exclarecimentos por parte do traidor. Prestar as informações devidas e cabíveis Quem foi traído vai querer saber tudo o que ocorreu. Essas informações são importantes para que ele possa avaliar as circuntâncias e a gravidade do ocorrido e para que possa tomar medidas para que a traição cesse ou seja evitada no futuro. (Por exemplo, o traído pode exigir que o traidor identifique quem é a amante e corte contatos profissionais ou a amizade com a amante). Quando o traidor fornece essas informações, ele dá mostras que realmente interrompeu o caso. Por outro lado, quem traiu deve evitar fornecer detalhes desnecessários e tóxicos do caso. O traidor tem que ser honesto e, ao mesmo tempo, evitar informações desnecessárias e que podem provocar danos duradouros na pessoa traída e no relacionamento. (Por exemplo, detalhes das práticas sexuais, sentimentos que havia entre os amantes, etc.). Ajudar o traído a recuperar a autoestima Quem foi traído pode se sentir menos qualificado do que a amante. Isso é mais provável quando a traição durou um bom tempo e não foi motivada apenas por desejos sexuais, mas também por sentimentos amorosos. Geralmente a mulher traída vai se preocupar se a amante é mais bonita e mais jovem do que ela. O homem traído vai se preocupar se o seu rival é mais bem sucedido e mais poderoso do que ele. As mulheres traídas correm para a academia, fazem regime e pensam em cirurgias plásticas. Os homens traídos alimentam fantasias que vão ganhar dinheiro, tornarem-se famosos e, aí, a traidora vai se arrempender e correr atrás deles. Facilitar a verificação do término da traição Quem foi traído perde a confiança no traidor. Uma medida que tem efeito muito poderoso para diminuir os transtornos emocionais provocados pela traição é saber que a traição já cessou. Quando o próprio traidor oferece provas de que isso aconteceu e disponibiliza os meios para que o traído verifique que isso é verdade, essa atitude funciona como um sinal da sua intenção de que quer continuar o relacionamento com o traído e que está disposto a sujeitar-se aos desconfortos produzidos pela desconfiança do traído e pelas medidas que esse possa tomar para verificar se ele está dizendo a verdade. Algumas medidas que ajudam a recuperar a confiança do traído são as seguintes: - Convidá-lo a aparecer sem avisar em todos os lugares que o traidor estiver. - Informá-lo sempre horários dos seus compromissos. - Oferecer o celular e as contas de telefone para que ele possa conferir as ligações. - Abrir a caixa de e-mails na sua frente para que ele possa conferir as mensagens atuais. Apresentar atenuantes da gravidade da traição Caso existam atenuantes legítimos, apresentá-los. Por exemplo, dizer: - “Foi só sexo” (Quando o traidor é o homem) - “Foi só uma paixonite. O sexo só aconteceu uma ou poucas vezes e foi uma porcaria” (Quando o traidor é a mulher). - “Bebi demais e não sabia o que estava acontecendo” - “Estava muito carente. Você não me dava carinhos e não transava comigo há muito tempo”. - “Jamais pensei em deixar você para ficar com ela” Oferecer argumentos e provas de que o amante é menos qualificado do que o parceiro). Oferecer demonstrações de amor e carinho Mostrar-se apaixonado e oferecer carinhos são ações bastante tranquilizadoras e reconfortantes. Claro que essas demonstrações não serão aceitas de cara. No entanto, mesmo que não sejam imediatamente aceitas, elas ficarão registradas e afetarão o traído futuramente. Tomar medidas que indiquem o comprometimento com o traído Quando a traição é descoberta, duas das primeiras coisas que passam pela cabeça do traído são: (1) pensar em terminar o relacionamento e (2) avaliar se ele vai ser terminado pelo traidor. A traição revela que o relacionamento era menos sólido do que o traído supunha. Muitas vezes, a imaginação que o traidor vai terminar o relacionamento pode fazer o traído tomar medidas para se proteger. Essas medidas podem contribuir para o termino do relacionamento. O traidor que quer salvar o relacionamento deve apresentar sinais convincentes que pretende permanecer no relacionamento. Algumas desses sinais são os seguintes: - Fazer planos para o futuro que incluam o traído e o relacionamento com ele - Tomar medidas comprometedoras. Por exemplo, o namorado, após a traição, apresenta a namorada para a sua família ou lhe oferece um anel de noivado. - Assumir o parceiro em publico. Por exemplo, mudar o status no Facebook para “Seriamente comprometido com fulano”. Muitas das medidas para salvar o relacionamento após a descoberta da traição são difíceis de serem tomadas ou encontram resistências por parte de quem foi traído. Quando isso acontecer, procure a ajuda de um psicólogo. 1- Olson, Michael M., Russell, Candyce S., Higgins-Kessler, Mindi, and Miller, Richard B. Emotional Processes Following Disclosure of an Extramarital Affair. Journal of Marital and Family Therapy. 28(4): 423-434, 2007.

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