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quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Não existem pessoas "preguiçosas"

Não existem pessoas "preguiçosas" Aílton Amélio "Preguiçoso" é um adjetivo depreciativo que é usado por pessoas que não se dão ao trabalho de tentar entender o que se passa com quem elas estão recriminando. O objetivo dessas pessoas é apenas expressar seus sentimentos negativos e controlar quem foi adjetivado. Aquelas pessoas que são denominadas preguiçosas, na realidade, podem estar doentes fisicamente (anemia, hipotireoidismo, etc.), ser pouco resistentes à frustração, não visualizar o caminho para chegar aos seus objetivos, subestimar suas forças e habilidades para chegar lá. Todas essas causas são tratáveis e não "defeitos" condenáveis. A pessoa vista como preguiçosa, também pode, simplesmente, ter uma filosofia de vida que não valorize o acúmulo de dinheiro, a conquista do poder ou fama e, por isso, não se esforça para atingir esses objetivos. Adjetivação ou explicação científica As pessoas costumam usar adjetivos pejorativos para taxar, punir e controlar os comportamentos indesejáveis delas próprias e de outras pessoas. Também existem muitos adjetivos que são usados para elogiar, aprovar e premiar os comportamentos considerados desejáveis. Muitos desses adjetivos negativos e positivos sugerem, implicitamente, causas para os comportamentos aos quais eles são aplicados, como preguiçoso, incansável, generoso, egoísta. De fato, esses adjetivos não apontam causas válidas para esses comportamentos, mas servem apenas para aprovar ou desaprovar e orientar a aplicação de consequências positivas e negativas para as pessoas que foram adjetivadas. As explicações científicas não são valorativas. Elas apenas apontam as causas dos comportamentos. De acordo com este tipo de explicação, por exemplo, o comportamento de uma pessoa “altruísta” é tão explicável como o comportamento de um “egoísta”. Ambas essas pessoas não são “boas” ou “más”: as suas características foram causadas por uma combinação de genética, cultura e acontecimentos específicos que ocorreram com cada delas. Essas causas não estavam sob controle dessas pessoas e, por isso, elas não pode ser julgadas como culpadas ou virtuosas por possuí-las. Os pais e amigos usam o sistema cientifico para compreender os filhos e amigos, respectivamente, e a adjetivação para lidar com aqueles que lhes são indiferentes ou desagradáveis: “Para os parentes e amigos, tudo. Para os outros, a lei” Sistema valorativo e sistema científico Os comportamentos podem ser explicados de acordo com o sistema valorativo ou de acordo com o sistema científico. O sistema valorativo é pseudoexplicativo e taxativo. Esse sistema, no entanto, é útil para tentar moldar o mundo social de acordo com aquilo que nos afeta. Essa moldagem acontece através da imposição de consequências negativas e positivas para aqueles comportamentos que queremos eliminar e promover, respectivamente. Os adjetivos valorativos não fornecem explicações válidas das causas dos comportamentos aos quais são aplicados porque eles não apontam as causas reais desses comportamentos, mas, apenas, criam uma base cognitiva que justifica a aplicação de consequências para esses comportamentos e para as pessoas que os exibem. Essas consequências, sim, são verdadeiras causas que modificarão as probabilidades de ocorrências futuras desses comportamentos: aqueles comportamentos punidos ou ignorados tenderão a serem apresentados menos frequentemente. Aqueles comportamentos gratificados tenderão a aparecer mais vezes. Ao usar adjetivos valorativos para explicar os comportamentos as pessoas também geralmente comentem dois erros: 1 - Generalizam excessivamente: usam adjetivos que sugerem formas constantes de comportamentos para pessoas que tem formas variadas de se comportar. Uma pessoa pode ser “preguiçosa” para certas coisas ou em alguns momentos e “sacudida” para outras ou em outros momentos. - Os adjetivos usados sugerem características imutáveis para pessoas. Isso é errado porque elas se comportaram de uma determinada forma em uma determinada época ou circunstância, mas podem mudar dai a algum tempo ou quando as circunstâncias são outras. características sempre presentes e duradouras. Adjetivação pode ser funcional Na vida real, é útil atribuir adjetivos negativos e positivos para comportamentos e pessoas que consideramos indesejáveis e desejáveis, respectivamente, porque, ao fazermos isso, isso, ai sim, introduzimos uma justificativa para atribuirmos consequências que são capazes de os controlar: aquilo que é indesejável é punido ou ignorado e aquilo que é desejável é premiado. Só explicar cientificamente é uma forma de aceitar ou, pelo menos, não rejeitar os comportamentos explicados. Já nascemos com a capacidade para rejeitar, sentir raiva e gostar daquilo que ocorre conosco. Essa forma de agir e reagir permite que atuemos para aumentar a frequência daquilo que nos agrada e para diminuir a frequência daquilo que nos desagrada. Ou seja, somos capazes de tomar medidas que funcionam como causas dos comportamentos alheios e dos nossos próprios comportamentos. As explicações científicas apenas entendem o que está acontecendo, mas não autorizam nem validam a aplicação de sansões. Essas explicações, no entanto, permitem intervenções mais eficazes para mudar o nosso mundo social e para mudarmos a nós mesmos. A direção dessas mudanças, no entanto, é determinada pelo outro sistema, o valorativo.

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