ORIENTAÇÃO E ACONSELHAMENTO PSICOLÓGICO ON LINE





- Contato

E-mail: valderezgonsalez@gmail.com

Seguir @valderezgonsale

















































































































domingo, 20 de julho de 2014

O amor está vivo! Viva o amor!

O amor está vivo! Viva o amor! Aílton Amélio Sectários teorizando sobre o amor Quem só conhece uma teoria ou alguns poucos fatos sobre o amor e seus estilos faz afirmações do tipo: - O amor romântico foi inventado pela cultura na idade média (“amor cortês”) e potencializado nos últimos três séculos. Esse tipo de amor está com os dias contados. - O nosso estilo de amor é moldado pelo estilo de relacionamento que existe entre nossos pais. - O amor é baseado no estilo de apego de quem tomou conta de nós na nossa infância e adolescência. - O amor é biológico. Ele está presente em todas as culturas e em todas as épocas históricas. O que varia é se ele é aceito ou não como base para a escolha do parceiro conjugal. Todas essas teorias têm uma parcela de razão. Cada uma delas funciona como os cegos da anedota que estão apalpando uma parte de um elefante e pensam que ele é como a parte que estão apalpando . Os defensores de cada uma dessas teorias, principalmente aqueles que desconhecem as evidências em favor das demais, deliram na defesa exclusiva de suas próprias teorias. Um erro trágico dos arautos do fim do amor Todos os dias, vejo na mídia arautos do apocalipse amoroso apregoando aos quatro ventos o fim do amor romântico. Os argumentos que essas pessoas usam são completamente equivocados. Elas parecem ignorar estudos e teorias cientificamente embasados sobre o amor, como os estudos antropológicos e históricos que atestam a presença universal deste sentimento em todas as partes do globo e em todas as épocas históricas! O que existe de ocidental e recente sobre o amor é a retomada do seu uso como critério para iniciar uma parceria conjugal e algumas criações culturais sobre a sua origem, suas propriedades e desejabilidade como base do relacionamento conjugal. Neste artigo vou apresentar algumas evidências interculturais e históricas que atestam que o amor é universal, goza de boa saúde, está mais vigoroso do que nunca e não está às portas da morte. Percentagem de pessoas de várias culturas que estão amando em um dado momento Eu perguntei para 303 estudantes universitários paulistanos (177 mulheres e 126 homens), que tinham aproximadamente 24 anos de idade se eles estavam amando (Veja a citação na Nota 2). Os resultados dessa enquete foram os seguintes: Mulheres amando: 68,7% Homens amando: 60,0% Os resultados dessa enquete que realizei são bastante semelhantes a aqueles relatados por Kenrick e Kenrick, com estudantes americanos (veja a citação na Nota1). A maioria dos estudantes paulistanos (64%) declarou que estava amando. Estar amando, portanto, é um estado afetivo presente para a maioria desses estudantes. Resultados semelhantes aos dessas duas pesquisas citadas acima foram encontrados por um estudo internacional realizado por Sprecher e colaboradores (1994 – Nota 3). Esses autores perguntaram para 1.667 pessoas de três países (russos, japoneses e americanos) se elas estavam amando. As percentagens de respostas dessas pessoas são mostradas na tabela, abaixo. Tabela 1– Percentagens de pessoas que estavam amando em três países Baseado em Sprecher e outros (1994) Russos Japoneses Americanos Homens amando 61% 41% 53% Mulheres amando 73% 63% 63% Esses resultados mostram que uma grande percentagem de pessoas declarou que estava amando no momento da pesquisa. Esses resultados também mostram que mais mulheres do que homens fizeram esse tipo de declaração. O amor, portanto, parece ser algo que acontece naturalmente entre os membros da nossa espécie. As mulheres apresentam uma maior dose de propensão ao amor do que os homens. A cultura também parece ter influência no surgimento do amor, pois as percentagens de pessoas que declaram que estão amando variam bastante entre os países pesquisados. Tanto eu como os Hendrics apresentamos outros pedidos de informações para os estudantes. Um deles era a quantidade de vezes que já amaram na vida. Na minha pesquisa, apenas 12,5 dos estudantes (7,9% das mulheres e 17,4% dos homens) declararam que nunca haviam amado. Essa percentagem é semelhante à encontrada pelos Hendrics, em duas universidades americanas: 14% declararam que nunca haviam amado. Ou seja, mais de 80% dos estudantes paulistanos e americanos já haviam amado pelo menos uma vez na vida até os vinte e poucos anos (veja as percentagens de estudantes que amaram mais vezes no artigo - link para acesso é fornecido na Nota 2). Claro que, com o passar dos anos, muitos daqueles que ainda não haviam amado acabam amando. O amor na antiguidade em várias culturas Aqui estão alguns exemplos que atestam a presença do amor romântico em diversas culturas que existiram muito antes da época do Amor Cortez. Poesia egípcia do ano 1340 AC (aproximadamente) “Há sete dias que não vejo a minha bem-amada. O desalento se abateu sobre mim. Meu coração tornou-se pesado. Esqueci até minha vida. Quando os médicos vêm à minha casa, Seus remédios não me satisfazem... Ninguém descobre minha doença. Mas se me dizem: "Olha! Ei-la", Isso me restitui a vida.” Extraída do blog: http://poesiaemtodaparte.blogspot.com.br/2009/03/poema-egipcio-extraido-de-um-papiro-de.html Carta de amor escrita por uma chinesa por volta do ano 798 “Fomos formalmente apresentados por minha mãe, mas, nas circunstâncias, perdi o domínio de mim mesma e entreguei-me completamente a ti. Bem sabes que, depois de nossa primeira noite juntos, jurei que nunca amaria, senão a ti e que seríamos mutuamente fiéis por toda a vida. Foi essa a nossa esperança, Foi essa a promessa que trocamos. Se cumprires o prometido, tu o está bem e serei a mulher mais feliz do mundo. Mas, se trocares o antigo pelo novo e considerares nosso amor como um caso fortuito, amar-te-ei ainda, baixando, porém, ao túmulo do pesar eterno. Tudo depende de ti e nada mais tenho dizer.” Texto extraído do blog: http://amulhernachina.blogspot.com.br/2008/03/uma-carta-de-amor.html Poema de amor da Bíblia, escrito muito antes de Cristo Cânticos 1 “1 cântico dos cânticos, que é de Salomão. 2 Beije-me ele com os beijos da sua boca; porque melhor é o teu amor do que o vinho. 3 Suave é o aroma dos teus unguentos; como o unguento derramado é o teu nome; por isso as virgens te amam. 4 Leva-me tu; correremos após ti. O rei me introduziu nas suas câmaras; em ti nos regozijaremos e nos alegraremos; do teu amor nos lembraremos, mais do que do vinho; os retos te amam.” Texto extraído do blog: https://www.bibliaonline.com.br/acf/ct/1 O amor, portanto, está presente em culturas bem diferentes da atualidade e em culturas que existiram há centenas ou milhares de anos. Essa universalidade do amor é uma das evidências que indicam que ele tem um componente genético e, por isso, é inerente à nossa espécie. Portanto, ele não é uma mera invenção cultural, na sua essência, e não será descartado como um mero modismo. NOTAS 1- Hendrick, C. & Hendrick, S. (1986). A theory and method of love. Journal of Personality and Social Psychology, 50, 392 - 402. 2- Silva, A. A. (2006). O conteúdo da vida amorosa de estudantes universitários. Interação em Psicologia, 10(2), p. 301-312. 301. Disponível em: file:///C:/Users/Ailton/Downloads/7685-21610-1-PB%20(3).pdf 3- Sprecher, S., Aron, A., Hatfield, E., Cortese, A., Potapova, E., & Levitskaya, A. (1994). Love: American style, Russian Style, and Japanese style. Personal Relationship, 1, 349 – 369

Nenhum comentário:

Postar um comentário