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domingo, 12 de outubro de 2014
Equações, arte e música evocam atividade similar no cérebro
Equações, arte e música evocam atividade similar no cérebro
Raciocínio lógico está ligado à atividade da mesma região do cérebro que nos permite reconhecer a beleza
Há muito tempo aqueles que dominam a matemática comparam os encantos dessa área de conhecimento a obras de arte e a musica. Agora, pesquisadores da Inglaterra e Escócia apontam que, apesar da natureza imaterial do raciocínio lógico e abstrato, seus atrativos estão ligados à atividade da mesma região do cérebro responsável pelo processamento de estímulos sensoriais que nos permitem reconhecer a beleza.
O neurocientista Semir Zeki, da Universidade College London, autor do estudo, e seus colaboradores solicitaram a 15 matemáticos que visualizassem uma série com 60 equações e, em seguida, as avaliassem de acordo com uma escala de -5 (mais feia) a 5 (mais bonita). Em seguida, mapearam o cérebro dos voluntários utilizando a ressonância magnética funcional enquanto eles observavam novamente os exercícios. Os resultados revelaram que compreender matemática foi necessário, mas não suficiente, para que os participantes enxergassem beleza nas equações – algumas foram bem assimiladas, mas não consideradas graciosas por eles. Isso permitiu distinguir a atividade cerebral associada à compreensão e chegar à área responsável pelo processamento da beleza: o córtex órbito-frontal medial, uma área relacionada à integração entre experiência sensorial, emoções e tomada de decisão. Estudos anteriores demonstram que a região é altamente ativada quando apreciamos arte ou ouvimos música, por exemplo – e as percebemos belas.
Esse é um conceito complicado para a ciência devido à sua natureza subjetiva e pessoal. Semir Zeki sugere que enxergar formosura na matemática pode revelar uma profunda ligação entre o cérebro e o mundo natural. “Ao longo da evolução, a possibilidade de reconhecer a beleza e valorizá-la pode ter sido um recurso importante para a sobrevivência neste planeta, já que tendemos a identificar o belo como indicador de verdade e até de saúde”, diz. “E não por acaso tantos matemáticos afirmam se esforçar para alcançar a perfeição da mesma forma que um pintor ou compositor.” Para Zeki, essa aproximação entre razão e emoção pode favorecer importantes descobertas: “Não faz mais sentido relegar a beleza ao estudo da arte, deixando-a fora da ciência”, acredita.
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