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segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Malditas comparações

Malditas comparações Regina Wielenska "Essas compulsivas comparações geralmente ocorrem quando sinto que a outra pessoa é superior a mim em algum aspecto que eu valorizo..." O cérebro humano, se suficientemente íntegro, é feito pra poder pensar o tempo todo. Até dormindo podemos pensar sob a forma de sonhos. Conheço muitos pesquisadores que relataram estar despreocupadamente no banho quando, sem mais nem menos, lhes ocorre à mente a solução de um problema com o qual vinham se debatendo há algum tempo. Este é o lado bom da coisa, mas esse funcionamento em tempo integral tem outra face: a preocupação excessiva, adiantar problemas que sequer existirão ou remoer um passado que não temos como modificar. Também faz parte do problema o comportamento de fazer comparações inúteis. Comparo o progresso de meus filhos ao dos filhos da prima, da vizinha, da manicure, sei lá de quem mais. Fico pensando nas razões pelas quais meu marido ganha menos do que a de Fulana ou Sicrana. Sofro porque elas já viajaram de navio e eu ainda não. Sofro porque minha amiga entrou no vestibular de duas faculdades e eu não. Comparo meu cabelo ralo e fino às madeixas abundantes e sedosas da colega de trabalho. Reclamo comigo mesma porque essa mesma colega de trabalho se dá bem com o pessoal da firma e eu não consigo ser querida por eles. Essas compulsivas comparações geralmente ocorrem quando sinto que a outra pessoa é superior a mim em algum aspecto que eu valorizo, como status, intelecto, dinheiro, aceitação social etc. Mas saber-se "inferior" não basta pra construção de um baita imbróglio emocional. Precisa também que eu sinta que a minha suposta inferioridade é injusta, que eu sou uma tremenda vítima do destino. Talvez eu até torça pelo fracasso alheio para que a diferença entre nós, a favor do outro, seja reduzida. Quem funciona assim não tem por hábito de se comparar a si mesmo. Não consegue se incentivar a promover mudanças, tende a ser excessivamente autocrítico, faz julgamentos duros, tão ou mais do que quando julga os outros. Falta-lhe autocompaixão, aquela forma de amor e firmeza gentis que dirigem o indivíduo na direção do desenvolvimento. Tampouco tece reflexões sobre como se comportar ativamente, de forma a melhorar em aspectos que lhe pareçam deficitários. No parágrafo acima reside também a solução: se for fazer comparações, faça tomando como base a si mesmo. Olhe para si compassivamente, bole um plano de ação para melhorar como indivíduo, seja realista e motive-se. Aja como se formiga fosse, devagar e sempre, seus passos podem ser diminutos, mas a persistência é grande. Vamos então combater esse monstro das comparações injustas?

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