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sexta-feira, 14 de junho de 2013
Minhas filhas só chegam de madrugada em casa. Como impor regras?
Minhas filhas só chegam de madrugada em casa. Como impor regras?
Silvia Maria de Carvalho
"Minhas filhas de 20 e 18 anos não aceitam mais regras, só chegam de madrugada em casa. Não sei mais como lidar com elas, não tenho mais voz, como devo lidar com esta situação?"
"Parece que esquecemos o termômetro "interno", aquele que apita dentro do coração. Não se trata de ensinar como viver, às suas filhas, sim de fazê-las perceber que existe seu espaço, sua casa, sua privacidade e sua maneira de viver"
Resposta: Quantas vezes não buscamos a resposta além de nós?
Há um livro chamado Cartas a Um Jovem Poeta, de Rainer Maria Rilke (1875-1926), em que este se corresponde com um amigo mais novo e lhe dá conselhos sobre a vida. Um dos trechos diz assim: "O Senhor está olhando para fora e é justamente o que menos deveria fazer neste momento. Ninguém o pode aconselhar ou ajudar, - ninguém. Não há senão um caminho. Procure entrar em si mesmo. Escave dentro de si uma resposta profunda. Aproxime-se então da natureza. Depois procure, como se fosse o único homem, dizer o que vê, vive, ama e perde".
Acho que é assim também quando se trata de limites. Nunca se teve tantos livros de autoajuda ou psicologia com dicas e regras do que seguir. Nunca estivemos tão perdidos. Parece que esquecemos o termômetro "interno", aquele que apita dentro do coração. Não se trata de ensinar como viver, às suas filhas, sim de fazê-las perceber que existe seu espaço, sua casa, sua privacidade e sua maneira de viver. Não tem muito argumento. É se sentir mal ou se sentir bem. Acho que nos perdemos no quesito explicações e essa voz que vem do fundo se cala com mais frequência do que deveria. Fica lá, enterrada, causando um mal-estar danado.
Gosto do exercício diário de experimentar; sempre, a cada situação vivida. Olhar pra dentro e reconhecer os nossos sentimentos. Identificá-los, perceber que existem e estão vivos:
- Gosto disso, adoro aquilo, isso me apavora ou me dá medo.
E aguentar o que vem da outra pessoa, sem a tendência quase inata de apaziguar as situações de conflito. Quem não foi treinado a respeitar o outro, provavelmente vai estranhar quando as coisas saem do jeito que não planejaram. Não é questão de quem manda ou não na casa, mas sim de viver bem juntos, negociando até onde ir ou o que fazer para que a convivência seja mais saudável e justa.
Reflita!
Até que ponto você deixa claro suas insatisfações?
Até onde você ouve seus sentimentos?
Há coerência entre o que você fala e faz ou entre o que você sente e faz?
Vale a pena usar seu tempo nesse questionamento. E perceber o que você tem feito por você.
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