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quinta-feira, 11 de julho de 2013

Estudo da USP: Médico residente em pediatria tem prevalência de burnout

Estudo da USP: Médico residente em pediatria tem prevalência de burnout "Lidar com os pais da criança que precisa ser atendida causa tensão aos médicos recém-formados" Mais da metade dos médicos residentes de pediatria participantes de um estudo realizado na Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) apresentaram síndrome de burnout, que é uma condição de sofrimento psíquico ocupacional. A pessoa com burnout tem cansaço excessivo, desânimo para realizar suas tarefas, sensação de que o que faz não tem propósito e frustração com o trabalho que tem de desempenhar. Segundo a autora da pesquisa, a médica pediatra Anarella Penha Meirelles de Andrade, do Hospital das Clínicas (HC) da FMUSP, a síndrome pode causar deterioração da relação médico-paciente. “Isso não foi avaliado no meu estudo, mas a relação do médico com o paciente e também com a equipe multidisciplinar pode ficar prejudicada.” Os participantes da pesquisa, que começou em 2009, estavam no 1º e 2º ano de residência. Anarella escolheu médicos residentes aos quais presta assistência no setor do Departamento de Pediatria da FMUSP. Dentre 40 pessoas contatadas, 32 consentiram a realização da pesquisa por meio de um questionário padronizado para investigação do burnout. O formulário envolve temas como satisfação com o trabalho, excesso na jornada e influência do trabalho na própria individualidade, entre outros. As pontuações variam numa escala de: nunca, algumas vezes ao ano, algumas vezes ao mês, algumas vezes por semana e diariamente. Os voluntários também foram submetidos a exames de ressonância magnética funcional, que avalia o padrão de ativação cerebral de áreas específicas do cérebro ante a estímulos. No caso da pesquisa, os voluntários fizeram um teste de atenção chamado Stroop Color Word Test, que apresenta conflitos de informações justamente para verificar a intensidade da reação aos desafios propostos. Estudo inovador As imagens da ressonância funcional mostraram que as regiões do cérebro (especificamente no córtex pré-frontal dorso lateral direito) apresentaram maior sinal de estímulo nos voluntários com burnout do que nos que não apresentavam a síndrome. Essas áreas estão relacionadas à realização de tarefas cognitivas ou que exijam atenção. “Significa que o voluntário gasta mais “energia” para ativar regiões do cérebro. Ou seja, quem tem burnout precisa estimular mais essas áreas de atenção para realizar a mesma tarefa. O estudo é inovador porque não existiam padrões de ressonância funcional para pacientes com burnout.” Anarella diz que iniciar sua pesquisa com residentes foi interessante porque ela poderá prosseguir com as avaliações e verificar se há mudança conforme a evolução da carreira desses médicos. Ela aplicou também um questionário para determinação de estresse, não especificamente relacionado ao burnout, e também teve prevalência alta como resposta: 56% dos 32 médicos investigados na fase final estavam estressados ou apresentavam sintomas de estresse. Para a alta prevalência de burnout, no qual as condições trabalhistas são determinantes, Anarella destaca alguns fatores no cenário estudado: a necessidade e dificuldade de lidar com os pacientes e a família deles; a carga horária de 60 horas semanais; a necessidade de tempo para estudar e a inabilidade em conciliar a vida profissional e pessoal. Na Pediatria, segundo ela, muitas vezes, lidar com os pais da criança que precisa ser atendida causa tensão aos médicos recém-formados. Anarella disse que essa percepção se constrói com a experiência. “Lidar com isso é um desafio.” Quanto ao excesso de horas trabalhadas, a médica diz: “53% dos participantes do estudo trabalhavam além da residência.” O problema, segundo Anarella, é que fora da residência esses médicos não são supervisionados e há comprometimento do tempo de aprendizado e descanso. Um fator interessante é que os resultados apontados mostraram que, nos 14 voluntários sem burnout, 5 praticavam atividade física. No entanto, nos residentes com a síndrome, nenhum praticava exercícios. Isso leva à compreensão de que a prática de atividades físicas ajuda a evitar o estresse no trabalho - saiba mais. Para aliviar os efeitos da síndrome e do estresse, algumas iniciativas são sugeridas, como acompanhamento de terapeutas e psicólogos. No entanto, diz a médica: “Poucos residentes procuram, por desconhecimento do serviço ou por acharem que o que estão sentindo é normal”. O mestrado foi orientado pelo professor Claudio Schvartsman, da FMUSP

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