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sábado, 9 de novembro de 2013

Expansão do eu: escolha de parceiros, conquista amorosa e relacionamento feliz

Expansão do eu: escolha de parceiros, conquista amorosa e relacionamento feliz Algo “expande o nosso eu” quando leva ao nosso crescimento psicológico: amplia a nossa capacidade de percepção; permite que compreendamos de forma diferente algo importante; amplia a nossa coragem para enfrentar situações relevantes; modifica a nossa autoimagem, etc. A teoria da expansão do eu foi proposta por Elaine N. Aron e Arthur Aron (veja a citação na Nota 1, no final deste artigo). Muitas teorias sobre o amor afirmam que nos apaixonamos por aquelas pessoas que admiramos. Admirar significa reconhecer qualidades excepcionais na pessoa. A teoria da expansão do eu afirma que é uma necessidade humana expandir o eu. Uma forma de conseguir essa expansão é nos vincularmos amorosamente à uma pessoa que possua qualidades que admiramos. Amá-la e ser amado por ela, significa, em grande parte, integrar as suas qualidades admiradas ao nosso eu. O fato de os casais serem considerados e se considerarem como uma unidade — unidade econômica, unidade de objetivos, unidade emocional, unidade de prestígio (ou desprestígio) social etc. — é um indício de que esta integração realmente aconteceu. Esta teoria também afirma que para acontecer o apaixonamento é necessário perceber que é viável a formação e a manutenção de uma unidade amorosa com o parceiro. Ou seja, deve haver a percepção que existe uma chance razoável de poder conquistá-lo e de que é possível desenvolver e manter um relacionamento amoroso com ele. . As proposições desta teoria são muito semelhantes às de Stendhal (veja a Nota 2 no final desse artigo), no que diz respeito aos requisitos necessários para o nascimento de um amor romântico. A teoria da expansão do eu, no entanto, dá uma importância especial para o fato de que a pessoa amada ter qualidades especiais que o apaixonado não possui, mas que gostaria de incorporar. Esta teoria aponta um caminho para conquistar a outra pessoa: quando a associação amorosa com alguém oferece possibilidades de crescimento psicológico e/ou ampliação dos horizontes pessoais, isto aumenta a probabilidade de que a pessoa cujos horizontes serão expandidos se apaixone por este alguém. A teoria da expansão do eu se apoia em duas premissas: 1- Os seres humanos são motivados para se expandirem 2- A expansão do eu pode ser alcançada através da associação com pessoas que possuem as qualidades desejadas. Pessoas e situações sociais que expandem o nosso eu Quando conhecemos uma pessoa, ou quando entramos em um novo grupo social (nova escola, novo trabalho, novo clube, etc.) tomamos conhecimento de novas maneiras de ser, pensar e agir. Por exemplo, quando namoramos uma pessoa que gosta de fotografia, aprendemos algo sobre essa arte. Quando temos um amigo que gosta de cozinhar, aprendemos algo sobre culinária e sabores. Quando viajamos para outro país, imergimos em uma profusão de novidades que nos ajudam a tomar consciência das peculiaridades da nossa cultura que, até em tão, não percebíamos ou considerávamos “naturais”. A expansão do eu pode ser estimulada por amigos, parentes e conhecidos A expansão do eu também pode ser estimulada por situações não sociais: atividades estimulantes, leituras, jogos, problemas que devem ser enfrentados. Pessoas que expandem o nosso eu Algumas pessoas estimulam a expansão do nosso eu. Quando, além disso, essas pessoas apresentam outros requisitos (atração romântica, atração sexual e uma boa dose de compatibilidade conosco) tendemos a nos apaixonar por elas. Em seguida, se elas continuarem a expandir o nosso eu, tendemos a permanecer apaixonados por elas: os expansores do eu contribuem para o nascimento e fortalecimento do amor. Um estudo nesta área verificou que casais que faziam programas que contribuíam para a expansão do eu se sentiram mais unidos e amorosos do que aqueles que simplesmente faziam o que gostavam e já conheciam. Ou seja, tendemos a nos ligar de uma forma especial às pessoas cujas companhias e apoio incentivam a nossa exposição a situações que provocam a expansão dos nossos limites e fronteiras psicológicas. Afirmações sobre pessoas expansoras e restritoras do eu “Com ela, eu era o melhor de mim” “A sua maneira de ver as coisas, as suas atitudes faziam que eu saísse do meu padrão usual de perceber a vida”. “Ele tinha sede pela vida: queria conhecer lugares, experimentar coisas, tentar coisas novas” “Ela dava a sensação que os obstáculos que eu enfrentava na vida eram bem menores do que eu pensava” “Ele me podava. Com ele, fui encolhendo. Ele não gostava de fazer nada. Via problemas em tudo que eu propunha”. “Com ele, eu não podia ser eu mesma. Tinha muito medo de expressar minha opinião. Ele criticava tudo que eu pensava e queria”. Diferentes contribuições da expansão do eu para o relacionamento amoroso A seguinte história (baseada em fatos reais) ilustra como uma pessoa pode contribuir para a expansão do eu da outra: O mundo de Guilherme era fascinante para Fernanda. Graças a ele, Fernanda estava tendo acesso a um estilo de vida bem mais atraente do que levava antes de conhecê-lo. Antes, ela morava numa pequena cidade, perto de São Paulo, onde tinha um emprego burocrático. Levava uma vida bem monótona. As condições econômicas de Guilherme eram um pouco melhor do que as dela. Ele morava em São Paulo e estava bem estabelecido profissionalmente. Ele queria que ela viesse para São Paulo, para que pudessem conviver no dia a dia. Passou, então, a incentivá-la a continuar os seus estudos numa faculdade em São Paulo e prometeu que a ajudaria a conseguir um emprego nesta cidade, que fosse compatível com o seu horário de aulas na faculdade. Mesmo morando em São Paulo, ele costumava surpreendê-la com flores, que eram entregues pela floricultura da cidade onde ela morava. De tempos em tempos, ele a surpreendia com convites para programas que poderiam realizados imediatamente: propostas para passar um dia na casa de praia da sua família, idas relâmpago a São Paulo para assistir ao show de uma banda famosa, etc. A vida com ele apresentava muitos fatos novos e inesperados. É verdade que Guilherme não era muito atraente fisicamente, mas o mundo que ele abria para ela era fascinante. Ela estava cada vez mais apaixonada por ele. (Essa história foi apresentada originalmente no meu livro, O Mapa do Amor. O caso é real. Os nomes e alguns detalhes da história foram modificados para não permitir a identificação dos personagens). De acordo com a teoria da expansão do eu, na história relatada acima, Fernanda está se apaixonando por Guilherme porque, ao se associar amorosamente a ele, ela está expandindo os seus horizontes: a sua vida ficou mais agitada e atraente, ela começa a vislumbrar uma nova perspectiva de crescimento acadêmico e profissional em São Paulo. Além disso, ela o admira porque ele sabe aproveitar a vida. Definitivamente, ela gostaria de incorporar ao seu eu e à sua vida a forma de ser e de viver de Guilherme. Guilherme soube conquistá-la. Ela era linda, meiga e aberta a novas experiências. Ele sabia que a forma de conquistá-la era colocar ao seu alcance um mundo mais vivo e cheio de opções e encorajá-la a superar os seus próprios limites. Estava dando certo! O papel da expansão do eu para diferentes aspectos do relacionamento amoroso A expansão do eu tem um papel importante em diferentes fases de um relacionamento amoroso. Ela, por exemplo, é um critério para: - Selecionar alguém como parceiro: avaliamos amoroso quanto um possível parceiro pode expandir vários setores importantes de nossas vidas - Conquistar uma pessoa. Para conquistar procuramos maravilhá-la com o nosso potencial para expandir seu espaço de vida e o seu mundo psicológico - Deixá-la feliz: proporcionar-lhe experiências que expandam o seu eu em áreas importantes da sua vida - Manter o relacionamento é viver de tal forma que inclua para si e para o parceiro uma boa dose de expansão dos próprios limites materiais e psicológicos - Esvaziar o relacionamento é deixar de ser uma fonte de expansão na vida do parceiro e fazer que a vida ao seu lado seja rotineira e sem desafios. NOTAS 1- Aron, E. N. & Aron, A. (1996). Love and expansion of self: the state of model. Personal Relationships, 3, pp. 45 – 58. 2- Stendhal (1999). Do Amor. (Tradução do original em francês). 2ª. Ed. São Paulo: Martins Fontes.

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