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quinta-feira, 8 de maio de 2014
Mindfulness: um olhar concentrado em si
Mindfulness: um olhar concentrado em si
Lilian Graziano
"... dediquemo-nos a um olhar concentrado em nós mesmos "inteiramente no momento" - uma das traduções possíveis do conceito de Mindfulness"
Gostaria de falar de um recurso muito utilizado por psicólogos positivos para promover emoções positivas, colocar pessoas no centro da ação sobre suas vidas e sentimentos, em um projeto visando à felicidade.
Trata-se do Mindfulness, meditação baseada em técnicas de respiração, criada pelo médico e professor Jon Kabat-Zinn, da Universidade de Massachusetts, EUA. Pode ser um tratamento ou um exercício voltado para uma vida equilibrada e feliz.
Como tratamento, a prática traz resultados excelentes contra ansiedade e depressão, reduzindo em 44% as recaídas entre os depressivos, com eficácia comparada a tratamentos convencionais, como psicoterapia e remédios.
Como exercício, também chamado de "atenção plena" (numa tradução ruim, vale dizer), o Mindfulness resgata nossa percepção corporal, a percepção dos pequenos detalhes de nosso dia a dia, tornando mais aprofundada nossa relação com tudo o que nos acontece, livrando-nos dos atos instantâneos, automáticos e mecânicos. Ele também melhora nossa atenção e nossa concentração e reduz o estresse. Mais do que isso, a técnica ajuda, ainda, a exercitarmos a autocompaixão e, por consequência, a aceitação do outro.
Isso porque, durante a prática, somos levados a perceber o momento como ele realmente acontece, sem julgamentos ou categorizações. Também são bloqueados os julgamentos vindos de fontes terceiras - os olhares de fora - fazendo com que o contato com nossas próprias emoções e vivências seja o mais íntimo possível, respeitando sentimentos positivos e negativos, exatamente como o são.
Ao evitar o julgamento, aprendemos a encarar as ocorrências cotidianas (às vezes as que mais nos estressam) de maneira objetiva, o que nos evita a ansiedade de conjecturas e perspectivas acerca de problemas cuja solução simplesmente não existe, ou é bem menos complexa do que nossas mentes imaginam.
O não julgamento também leva ao mencionado estado de compaixão conosco. Acaba virando um hábito que se estende em nossa visão de mundo e, consequentemente, ao nosso trato com as pessoas: aprendemos a aceitá-las, sem "pré-conceitos" ou rótulos, enxergando em todas as suas reais especificidades.
Mas engana-se quem pensa que meditar é algo simples. Exige que realmente nos engagemos em um projeto de crescimento e equilíbrio pessoal, seja num contexto de cura ou de desenvolvimento. É preciso que desliguemos o modo "multitarefa" e dediquemo-nos a um olhar concentrado em nós mesmos "inteiramente no momento" (uma das traduções possíveis do conceito de Mindfulness).
* Em tempo: sugestão de leitura, com exercícios de meditação. Procure o livro Viver Agora (Sarah Silverton, editora Alaúde, 2011)
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