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quarta-feira, 10 de dezembro de 2014
Você sofre de transtorno de déficit de natureza?
Você sofre de transtorno de déficit de natureza?
Nos últimos anos, inúmeros estudos realizados em centros de pesquisas de vários países confirmam: contato com a natureza pode ser terapêutico – e num nível bastante profundo
Entra dezembro e a gente só consegue pensar em suspender por alguns dias as atividades de trabalho e estudo. Quando esse período de descanso pode acontecer longe das grandes cidades, tanto melhor. E não é por acaso que tanta gente busca lugares onde possa estar mais em contato com o verde. Intuitivamente sabemos – percebemos, sentimos – que a proximidade com terra, água corrente e árvores e outras plantas faz bem ao corpo e à alma. O curioso é que, nos últimos anos, inúmeros estudos (muitos deles bastante consistentes) realizados em centros de pesquisas de vários países confirmam: contato com a natureza pode ser terapêutico – e num nível bastante profundo.
Para o sociólogo José Antonio Corraliza, professor de psicologia social e ambiental da Universidade Autônoma de Madri, vivemos hoje, nas metrópoles, um transtorno de déficit de natureza. “Ao nos afastarmos demais de nossas raízes ancestrais, sofremos prejuízos físicos e mentais, que poderiam ser facilmente evitados com a mudança de hábitos”, diz. Recentemente, por exemplo, um estudo realizado na Holanda mostrou que pessoas que tinham áreas verdes no entorno de suas casas costumavam apresentar doenças cardiovasculares e pulmonares, diabetes, depressão e transtornos de ansiedade com menos frequência em comparação às populações que não tinham esse privilégio.
Entrevistas com mulheres também revelaram um dado curioso: aquelas que vivem em locais com janelas voltadas para a paisagem urbana admitem comportar-se de forma mais agressiva com o cônjuge do que aquelas que têm vista para espaços naturais. Outro dado interessante: ficar muito tempo longe da natureza acelera o processo de envelhecimento das células – algo compreensível se pensarmos que o poder relaxante da natureza combate o estresse, um importante fator de envelhecimento no âmbito molecular. Obviamente não se pode falar em relações diretas de causa e efeito, embora seja bastante aceitável que o ar do campo ajude a fortalecer a saúde. De qualquer forma, é curioso que as relações sociais (comprovadamente importantes para a manutenção da saúde física e mental) sejam influenciadas pela área verde que temos por perto: quanto menos natureza, menos contatos temos uns com os outros e maior é o sentimento de solidão.
Mesmo para crianças, esse contato com o ambiente natural faz bem: há algum tempo já se sabe, por exemplo, que a bactéria Mycobacterium vaccae, que vive no solo, age no cérebro, melhorando a capacidade de aprendizagem e o humor de quem mexe com terra.
Partindo desse dado (e considerando outros tantos), muitos pesquisadores afirmam hoje que a proximidade com áreas verdes e praia de fato ajuda a reduzir sintomas de ansiedade e depressão e melhora a capacidade de concentração e atenção. Pois bem: anda tenso, irritado, desanimado? Experimente aproximar-se do verde.
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