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sábado, 26 de janeiro de 2013
BBB é comparado a ritual de sofrimento
BBB é comparado a ritual de sofrimento
Socióloga faz análise do reality show em livro
Eles são capazes de tudo. Choram, riem, brigam, ofendem, ameaçam e até se machucam em busca de prêmios e cargos importantes dentro do jogo. E tem sido assim há 13 anos no Big Brother Brasil, um verdadeiro "ritual de sofrimento", como define socióloga a Silvia Viana em seu novo livro.
Ao longo de três meses anuais a disputa entre anônimos passa a ser comentada em cada canto, por onde quer que se vá. Mas, nos discursos, importa muito mais a queda que a salvação. Por esse motivo é que a cada edição os participantes são colocados diante de situações mais árduas, comprovando, segundo a escritora, que o princípio violento do programa funciona, muitas vezes, como uma propaganda.
"Não é um jogo de quem ganha. É um jogo de eliminação. Esse saber generalizado, no entanto, não impede que uns se submetam e outros castiguem, nem que aqueles que se submetem também castiguem. Pelo contrário, a participação é a pedra fundamental do espetáculo. Mais que a aceitação passiva desse princípio nem um pouco subjacente, o programa conquista o engajamento ativo, frequentemente maníaco, nessa engrenagem de fazer sofrer", afirma Silvia.
Natália Casassola, que participou da 8ª edição do BBB e está de volta ao reality, declarou na última Prova do Líder - que consistia em ficar em pé em cima de uma corda segurando uma trança sem trocar de mão e sem se apoiar em qualquer lugar - que adorava competições de resistência. "Acho que vou até começar a fazer em casa", disparou a moça como se quisesse provar sua garra aos telespectadores.
"Não são poucas as vezes em que coloco o problema do sofrimento ao qual são submetidos os participantes e a resposta é: 'Mas foram eles que se voluntariaram'", diz a autora em um trecho da obra.
Para Silvia, por trás de todo o sucesso, está o interesse econômico da emissora. "Trata-se de um produto muito barato, cujo retorno financeiro compensa. A razão do baixo custo está no fato de ser uma mercadoria fabricada just-in-time. Os shows de realidade podem ser realocados, encurtados, expandidos, retirados ou recolocados na programação, segundo os índices de audiência, com maior facilidade que os outros programas. Os reality shows são produções que dispensam estoques: em sua maioria, não há necessidade de cenários, e mesmo aqueles que criam ambientes-prisões precisam de apenas um espaço, que pode ser reciclado a cada edição. O Big Brother não abre mão de um roteiro, cabe à 'pessoa de carne e osso' elaborá-lo, caso contrário será tida por 'passiva' e será demitida no próximo 'paredão'.
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